sábado, 31 de março de 2012

Mulheres Arrojadas


Houve uma época em que minhas heroínas eram na maioria personagens de filmes, novelas ou seriados de TV. Elas representavam para mim a bandeira do feminismo e da feminilidade.
Posso citar entre estas personagens e heroínas: a júlia mattos (ex-presidiária da novela dancing days), a maria lúcia ou malu (a socióloga divorciada de malu mulher),a médica cris (do seriado mulher), a abnegada raquel (a mãe da ambiciosa e sem escrúpulos  maria de fátima da novela vale tudo), diane prime (a mulher maravilha), a policial sargento  suzanne “pepper” anderson (vivida por angie dickinson no seriado police woman), jaime sommers (a mulher biônica), sabrina/kelly/jill (as talentosas detetives de as panteras ou charlie´s angels), a agente clarice starling (agente do FBI no filme o silêncio dos inocentes),  a tenente ripley (da trilogia aliens), 
frances farmer (a atriz de personalidade forte e combativa), norma rae (a mãe solteira e operária  de fábrica de norma rae), joana kramer (de kramer vs  kramer). Mulheres pioneiras, seguras, destemidas, corajosas, talentosas, disciplinadas, empreendedoras, determinadas, altivas, competentes que equlibravam com perfeição candura, beleza e docilidade com inteligência, tenacidade  e independência.
Na ficção dos tempos atuais, com certeza elas seriam: margo channing (a atriz temperamental de a malvada), miranda/charlotte/samantha/carrie (do seriado sex
and the city), a noiva  black mamba (de kill bill), darcy mcguire (do que as mulheres gostam), arlene (a mãe dedicada de a corrente do bem), bree (a transexual de transamérica), nora baker (de loucos de paixão), cathy jamison (a professora com câncer em the big c),  joan (de a lula e a baleia), elizabeth (a advogada bem sucedida de destinos cruzados), marnie (a ladra de marnie confissões de uma ladra),  mame (de a mulher do século), hannah (de hannah e suas irmãs), laura henderson (de mrs henderson), a dra. Lisa cuddy médica endocrinologista (uma mulher  muito bem sucedida e diretora  do hospital princenton - plainsboro  do seriado house), e todas as mulheres dos filmes de pedro almodóvar e rodrigo garcia.
Hoje, minhas heroínas da ficção foram substituídas por heroínas do mundo real. Mulheres à frente de seu tempo que abraçaram causas socias, politicas, ambientais e humanas. E falo com muita admiração e orgulho os nomes de algumas delas que tem representado estas causas e lutas não só pelas mulheres. Por todas as minorias e que me inspiram valores humanos positivos como: liberdade, nobreza, responsabilidade, justiça, não-violência, ética, respeito, honra, disciplina, honestidade, solidariedade, esperança, caráter, determinação e perseverança.   
São elas: simone de beauvoir (a intelectual existencialista e escritora francesa) , wirginia woolf (escritora e ensaísta  britânica considerada uma das maiores autoras inglesas  do século XX), anais nin (autora francesa), maria adelaide amaral (roteirista, escritora e dramaturga), liliam jardim (cantora, compositora e multi-instrumentista),  jane fonda (atriz norte americana que foi ativista política nos anos 70), angela merkel/cristina  kirchner/hillary clinton/ michelle bachelet/dilma rousseff  (mulheres que ocupam postos de liderança/chefes de estado no mundo da politíca), violeta chamorro/janet  jagan/mireya elisa moscoso/michèle pierre-louis/golda meir/benazir bhutto/indira gandhi/mary robson, shirin ebad/wangari maathai/ aung san suu kyi (militantes e ativistas), ellen sirleaf/leymah gbowee/ tawa kkul karman (as três feministas ganhadoras do prêmio nobel da paz em 2011), erin  brockovich (ativista ambiental e presidente da brockovich research & consuting),  patricia lourival acioli (a honrada e corajosa juíza que foi  assassinada) , milena dias (a juiza do caso eloá), vislinda valois
a primeira juiza negra da bahia) ,aracy de carvalho (a justa), a jamaicana shelly ann fraser (medalhista em pequim), vivian cheruiyot (a melhor desportista femenina do mundo em 2011), yelena isinbayeva (atleta dona de  28 recordes mundiais), maurren maggi (saltadora brasileira medalhista), a jornalista mariane pearl (que luta pela paz é a viúva de daniel pearl, o repórter do wall street morto no paquistão),  natalia ginzburg (ensaísta, escritora, dramaturga e ativista política italiana), nise da silveira (médica psiquiatra e uma da  primeiras mulheres a se formar em medicina no brasil),  telma lobão (a ambientalista na bahia), brigitte bardot a atriz francesa (ex-atriz e hoje militante dos direitos dos animais  que criou a fundação brigitte bardot), marlice van vuuren (ambientalista na namíbia, que  fundou o
santuário  na´ankuse e cuida de  animais orfãos), susan boyle (a talentosa cantora inglesa),  frida kahlo (pintora mexicana), a major da policia militar pricilla azevedo (que recebeu o prêmio internacional por pacificação na comunidade santa marta), maria do espirito santo (ambientalista assassinada no pará),  chiquinha gonzaga (compositora), leila diniz (atriz fluminense e simbolo da revolução femenina no Brasil), e minha mãe. Uma de minhas heroínas do mundo real. Uma mulher de fibra, corajosa, lutadora e perseverante. Porque mesmo nos momentos mais difíceis de sua vida, nunca deixou de nos amar, educar e incentivar a ir atrás de nossos sonhos e projetos de vida. Devemos muito a ela. Meu pai, eu e meus irmãos pelos sacrifícios que fez por nós.
Na atualidade, também admiro o trabalho de muitas realizadoras e cineastas mulheres, talentosas, criativas, ousadas e muito competentes como: allison anders, eliana caffé, tatá amaral, niki  caro, sofia coppola, martha fiennes, lucrécia martel, marion hansel,  laetitta colombani, catherine hardwicke, izabel coixet, suzanie biér, andreá arnold, sara watt, nancy meyers, claudia llosa,  lone scherfig, martha coolidge, fina torres, antonia bird,  mira nair, jocelyn moarhouse, maria de medeiros, samira makhmalbaf,  agnés jaoru,  phyllida lloyd, léa pool e jasmilla zbanic. Com sua filmografia estas cineastas de várias nacionalidades e formações tem quebrado e desmistificado preconceitos, tabus e estereótipos sociais que têm sido atribuídos a figura femenina na sociedade.

Seja no mundo artístico, empresarial, politico, econômico, literário, educacional, esportivo, da saúde as mulheres conquistaram seu espaço. Hoje, temos mulheres incríveis e lutadoras em todas as àreas dando exemplos de coragem, empreendedorismo, competência, sabedoria, inteligência, capacidade e talento.
É claro que as conquistas femeninas ocorreram com muitas dificuldades, sacrifícios e obstáculos no “patriarcado”. Apesar de todas as pressões sociais a que as mulheres foram submetidas, elas nunca desistiram de sua jornada. As mulheres não aceitam mais o mito de que são inferiores aos homens. Prova concreta é que a capacidade de liderança das mulheres não é mais questionada. Já não há mais preconceito em se ver mulheres ocupando cargos de gerentes, diretores ou presidentes em áreas que antes pertenciam somente aos homens como engenharia, tecnologia, construção civil, recursos humanos, administração, comércio. Nas carreiras executivas as mulheres já ocupam também posições de gerência e supervisão. E mostram competência intelectual e energia no exército, marinha e aeronáutica.
Com seus direitos respeitados e assegurados, as mulheres se preocupam  mais com saúde, qualidade de vida e bem estar.Com a possibilidade de crescimento intelectual e econômico, conseguem conduzir ao mesmo tempo a família e carreira sem abandonar sonhos e projetos pessoais. Estão mais felizes e realizadas. Com os mesmos direitos que os homens, com acesso a educação e qualificação profissional, as mulheres já se tornaram chefes de família. Poder investir na carreira e continuar solteira é uma vitória a ser celebrada. Porque ser solteira e independente não é mais sofrer preconceito. Depois da realização profissional e da estabilidade financeira, a principal e mais importante conquista, “a maternidade” pode chegar após os 40 ou 50 anos. Basta a desejarem e as mulheres a alcançam.

Por serem mais pacientes, sutis, compreensivas, detalhistas e terem a capacidade inata de se envolverem com os compromissos com esforço e disciplina, as mulheres já levam vantagem em relação aos homens. Por isso, conseguem administrar tão bem trabalho, filhos, responsabilidades e serem bem sucedidas. As mulheres não são mais vistas como seres frágeis, indefesos, emocionais. Não são mais tratadas como vítimas. A “lei Maria da Penha” no Brasil é um avanço no combate a violência contra as mulheres. Há mais leis e delegacias especializadas que apóiam e protegem mulheres das violências físicas e humilhações psicológicas.






As mulheres conquistaram definitivamente seu espaço no mundo e muitas outras vitórias ainda serão alcançadas. A “emancipação femenina” representa a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Uma sociedade na qual todos tem os mesmos direitos e oportunidades. Uma sociedade mais humanista na qual nenhum grupo oprime ou submete outro grupo. Por todas estas conquistas, somos sim todas as mulheres merecedoras do “dia internacional da mulher” e devemos comemorar este dia com muita alegria, orgulho e satisfação.


Filmes Femenistas: magnólias de aço (1989), thelma e louise (1991), as bruxas de eastwick (1987), tomara que seja mulher (1986), tomates verdes fritos (1991), a excêntrica família de antônia (1995), clube das desquitadas (1996), cuidado com as gêmeas (1988), frances (1982 ), norma rae (1979), a rosa (1979 ), quatro mulheres e um destino (1994),  Kill Bill (2003),  do que as mulheres gostam (2000 ), o piano (1993), a corrente do bem (2000), as pontes de madson (1995), plenty – o mundo de uma mulher(1985), nós (2003), marie antoinette (2006), fatal (2008), monster (2004),  margot e o casamento (2007), terra fria (2005),  laços de ternura (1983), desejo probido (2000), aos treze (2003), notas sobre um escândalo (2006), verônica (2008), glória (1980),  a partilha (2001), rosa luxemburgo (1986),  frida (2002),  as horas (2001) , meninos não choram (1999) ,  o diário de Bridget Jones ( 2001), atração fatal (1987), mulheres do brasil (2006), bem me quer mal me quer (2001 ), volver (2005),  tudo sobre minha mâe (1999), mulheres á beira de um ataque de nervos(1988), destinos ligados (2009), coisas que você pode dizer só de olhar para elas (2000), questâo de vida (2005), a cor púrpura (1985), alfie- o sedutor (2003), libertárias (1996), a primavera de uma solteirona (1969), como eliminar seu chefe (1980), abaixo o amor (2003), a flôr do meu segredo (1995), sabor da paixão (1999) a macã (1998), a prova (1995), corações livres (2002), a vida secreta das palavras (2005), o tempo de cada um (2002), em segredo (2006).
Sobre cinema, feminismo, conquistas, direitos e história das mulheres:
“A mulher e o cinema: os dois lados da camera”. E. Ann Kaplan. Tradução de Helena Marcia Pessoa. Rio de Janeiro. Ed. Rocco. 1995.
“A mulher vai ao cinema”. Org. Inês Castro e José Lopes. Belo Horizonte. Ed. Autêntica. 2005.
“História das mulheres no Brasil”. Mary Del Priore. São Paulo. Ed. Contexto. 2000.
“Dicionário crítico do femenismo”. Org. Helena Hirata, Françoise Laborie, Hélène Doaré, Daniele Senotier. São Paulo. Ed. UNESP. 2010.
“O Segundo Sexo”. Vol.1 Simone de Beauvoir. Trad. Sergio Milliet. São Paulo. Ed. Nova Fronteira. 2000.
“Aracy de Carvalho e o Resgate de judeus. Trocando a Alemanha Nazista pelo Brasil”. Monica Raisa Schpun. Rio de Janeiro. Ed. Civilização Brasileira. 2011.

Nenhum comentário:

Postar um comentário