sábado, 31 de março de 2012

Militância de Consciência e Ação


A revista Time elegeu em 2011 o “manifestante” como a personalidade do ano. E eu vibrei com esta escolha.
Ás manifestações no ano passado, que ocorreram em várias partes do mundo como os protestos da praça tahrir, os protestos na grécia, dos indignados do ocupe wall street, dos indignados na espanha, a marcha contra a corrupção que aconteceu em brasilia, as lutas  dos homossexuais contra a homofobia e seus direitos no brasil, as mobilizações estudantis no chile, os protestos na usp,  as lutas e  passeatas pelos direitos dos animais, tiveram como bandeira e discurso a exigência de justiça social e econômica. Foram movimentos populares engajados não só por questões do meio ambiente, da paz, dos direitos civis e humanos. Mas clamavam  por ética, moralidade, liberdade de expressão, liberdade de organização e inclusão social a bens de consumo como moradia, saúde, educação e trabalho. As dificuldades financeiras e o desemprego mundial não foram os únicos fatores que motivaram estas manifestações.  

Os protestos, agitações, mobilizações, greves, passeatas e ocupações que ocorreram em todo o mundo se mobilizaram também contra o ódio, a fome, a violência, o medo, o egoísmo, a desonestidade, o tráfico de influências, a corrupção e a inércia politica. E foram à favor da boa vontade, do bom senso, da fraternidade, pela ética, moral e pelo bem estar coletivo.
Eu penso ques estas bem sucedidas formas de mobilização e manifestação das pessoas contra a repressão, a censura, a imposição, o controle e os privilégios desmonstram que é preciso ter sim uma postura engajada diante de tantas injustiças e desvarios sociais. Não podemos como cidadãos que vivem em uma "democracia" seguir adiante como espectadores da realidade. Temos sim de agir como agentes transformadores da mesma realidade. Uma realidade que favoreça a toda a coletividade. Medo, temor, silêncio e renúncia não fazem mais parte das reações ou atitudes do cidadão mundial. A luta dos manifestantes mostra que cidadãos livres não querem ser mais governados por uma minoria opressora. A sociedade não tolera e não admite mais os excessos do poder, a impunidade, a corrupção e os privilégios de classes. O engajamento é por cidadania. A luta é por sistemas socioeconômicos e politicos mais justos e igualitários.

Desejo a partir deste ano, que o anseio de fraternidade norteie a conduta de todos os seres humanos no planeta, na busca e materialização de um mundo mais justo e igualitário. Que prevaleça uma cultura de consciência pacífica com respeito às diferenças e diversidades de todo os povos. Se houver diálogo, respeito e tolerância às diferenças, então poderemos transformar o mundo.
Eu sinto uma mudança profunda de mentalidade das pessoas. Uma nova visão da vida mais centrada nas aspirações, desejos e realizações humanas. As manifestações mostram que só se consegue alcançar algo quando se aje e se luta em conjunto. Quando os interesses em questão beneficiam a todos, a toda a comunidade. O bem estar social de um depende do bem estar social de outro. Quem produz riqueza pelo trabalho também tem que se beneficiar dela.

Temos hoje a consciência de que ninguém é uma ilha e que só coletivamente poderemos tomar iniciativas e mudar o rumo dos acontecimentos. Não há mais no mundo pessoas passivas, alienadas, massificadas, desligadas da realidade.  As pessoas almejam a oportunidade e a chance de trabalhando e sendo produtivas, serem valorizadas e assim terem voz para se envolver nas decisões que podem mudar o rumo histórico de seu país.

Leitura:

“Perfis Cruzados.Trajetórias e Militâncias  Políticas no Brasil”. Beatriz Kushnir. São Paulo. Ed Imago. 2002.

“OCCUPY: movimentos de protestos que tomaram as ruas”. Slavoj Zizec, Tariq Ali, Vladimir Safatle e outros. Tradução de João Alexandre Peshanski, Lucas Morais e outros. São Paulo. Editora Boitempo e Carta Maior. 2012.



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