Em 2006 me formei em teatro. Encerrei o curso técnico de ator que durou três anos com a montagem do espetáculo “Yerma, um experimento”. Tive também a sorte e a oportunidade de experimentar o universo de Federico Garcia Lorca sendo dirigida por Jamil Dias. Um diretor teatral muito criativo, talentoso, apaixonado pelo seu ofício, e um dos diretores mais democráticos com quem já trabalhei. Foi um processo de trabalho intenso. Exigente. Jovens profissionais, nos apresentamos com o nosso idealismo, garra e paixão ao exercício cênico. Abraçando os desafios que esta montagem exigia em sua feitura para traduzi-la para a platéia brasileira de nossos dias.
Na época, já estava desenvolvendo meu segundo projeto de dança inspirado em Lorca, e graças ao Jamil vivenciei no teatro o que era ser uma mulher lorquiana em toda sua plenitude, desejos reprimidos, força terrena e feminilidade.
Na verdade, este espetáculo concebido para o estágio profissional, foi uma releitura da primeira montagem de “Yerma” que já tinhamos realizado no segundo semestre de 2005. Embora, tenha continuado na segunda montagem um espetáculo teatral de crítica à moral burguesa e à intolerância, nosso diretor nos deu a possibilidade de construir coletivamente um espetáculo cênico forte visualmente, carregado de erotismo, mas político, e muito inspirado no surrealismo e nas imagens poéticas que predominam nos textos do autor granadino.
Assim, o espetáculo se construiu em um palco praticamente nú, apioando-se principalmente na expressão corporal de seus atores e atrizes (corpo, voz, emoção, e poucos adereços) buscando na movimentação do elenco um caráter e uma precisão cênica quase coreográficos, exercitando também características da tragédia (como a dimensão grandiosa das personagens, a presença de coros), passando também por contribuições de grandes momentos da História do Teatro (como a fusão do grotesco e sublime, e o equilíbrio entre o trágico e cômico).
Colocamos em cena então, a história de uma mulher condenada à infelicidade de uma existência estéril, casada por imposição dos pais com um homem incapaz de lhe dar afeto, carinho e compreensão, num ambiente rural, marcado por uma poesia rude e telúrica em que a fecundidade femenina é um valor extremamente importante e serve como contraponto a uma sociedade machista e repressiva.
Realmente, o teatro é paixão, é vocação, é sacrifício, é amor, é doação pela e para a arte. Deixei a escola acreditando no teatro como um instrumento pedagógico de reflexão do homem e da sociedade, capaz de mudar o mundo e transformá-lo.
Sempre que vejo estas fotos sinto saudades da minha escola, a Recriarte. Sinto saudades dos amigos e amigas, da rotina das aulas e ensaios, das brincadeiras e avaliações.
Estou com saudades dos meus professores, mestres, amigos queridos que muito me ensinaram, muito me incentivaram a lutar pelos meus objetivos artísticos e profissionais. A Recriarte foi minha segunda família.
Sinto muito SAUDADES de tudo e todos.
YERMA - UM EXPERIMENTO
Teatro do Ator
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É possivel enxergar a sua alma nessas fotos. Parabéns pela expressão!!!!
ResponderExcluirStephania
Obrigada pelos elogios Stephania. Realmente, eu amo atuar.
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