Sou
professora. E aluna também. Estar aprendendo me possibilita enxergar e trabalhar melhor as dificuldades
que meus alunos possam vir a ter. Mas confesso, que é geralmente na solidão de
uma sala de aula, criando e ensaiando, cometendo erros e fazendo tentativas que
vamos descobrindo pouco a pouco o que precisamos melhorar, reaprender, recriar,
inventar. Vou dar um exemplo. No caso do flamenco, pensando em termos de estilo
de dança, sei que não é o suficiente coordenar braços, mãos, pernas e
movimentos em um ritmo perfeito. Ouvindo
o cante e dialogando com a guitarra, precisamos expressar sentimentos e emoções
que sejam traduzidas em expressão corporal. E mesmo dominando a técnica deste estilo de dança, conhecendo algumas regrinhas básicas, terei
que saber uma hora “improvisar”. Para
inovar em qualquer área é preciso dominar primeiro as bases, fazer bem o tradicional, para
depois recriar e reinventar dentro de seu estilo e linguagem artística.
Autodidatismo.Como
estudar? Como aprender e desenvolver um olhar pessoal sobre a técnica? Minha
resposta em meus cursos e works é sempre a mesma: buscando referências. No
trabalho que realiza, nos cursos que frequenta, assistindo o trabalho de
profissionais que admira. Praticando muito o como fazer. Estudando a linguagem
e estética do que quer aprender.
REFERÊNCIAS.
Referências.É assim que tenho aprendido ao longo de minha vida e jornada como
artista. Além de ler livros, revistas, assistir muitos filmes e peças de
teatro, procuro principalmente acompanhar o trabalho artístico de profissionais
que admiro(diretores, cineastas, atores, atrizes, bailarinos, quadrinistas,
artistas plásticos...) e que inspiram e influenciam de alguma maneira meu jeito
de trabalhar e fazer arte. Mas para evoluir não adianta ficar só na teoria.
Insisto. É preciso praticar para valer.Conhecimento é diferente de informação.
Porque quando você aprende, experimenta, compreende e “internaliza” este saber,
você pode manusear, tocar e aperfeiçoar este conhecimento. Recriar a matéria.
Eu gosto de me isolar muitas vezes. Sozinha, experimento coisas e me dou o
direito de errar. E reaprender o que não funciona e melhorar.