Já me criticaram muito por usar música mecânica em meus
espetáculos. Também já dancei em eventos com a presença de guitarristas e até um percussionista. Confesso que para mim não há diferença. É claro que o espetáculo fica musicalmente mais bonito. Há a possibilidade de se intercalar momentos de canto e guitarra com o baile, e os artistas flamencos, me refiro aos bailaores e bailaoras até podem improvisar um pouco mais em seus números. No entanto, na minha opinião não é a música gravada ou ao vivo que torna um show ou espetáculo de flamenco mais bonito ou feio, mais ou menos expressivo. Já vi artistas em cena dançarem só com o ritmo explorado em seus pés ou em seus movimentos corporais, e foi teatralmente tão belo e musicalmente tão lindo, que o público pelos aplausos calorosos não pareceu perceber a ausência de música.
Para mim o que interessa é um tema e a criação e o desenvolvimento dele, usando o flamenco como um suporte corporal e técnico para exteriorizar este tema por meio de um trabalho teatral.
Para mim o que interessa é um tema e a criação e o desenvolvimento dele, usando o flamenco como um suporte corporal e técnico para exteriorizar este tema por meio de um trabalho teatral.
A arte flamenca é rica e oferece tantas possibilidades de se combinar e dialogar com outras linguagens artísticas como o teatro e o cinema, que cria inúmeras possibilidades de temas para criações com ou sem uso de música. O mais importante são os sentimentos e emoções do interior da alma que poderemos explorar, expressar e compartilhar com o público.